terça-feira, 31 de maio de 2022

As coisas “são” ou “estão sendo”?

 As coisas “são” ou “estão sendo”?

Sei, o título é meio sem sentido; mas dentre instantes você, caro leitor, irá compreender melhor.

O ser humano possui um hábito que por vezes dificulta a vida: ele (e eu já me incluí nessa parcela da população) crê que o mundo “é”. Quando o correto deveria saber que o mundo “está sendo”. Por vezes damos muito valor à estabilidade e ao conforto que ela (a estabilidade) nos dá. Mas a verdade é que o mundo é dinâmico, e a fluidez e a mutabilidade são as regras. Quando Darwin falou que a sobrevivência é do mais apto, ele não falou necessariamente do mais forte; mas sim do mais apto às mudanças, ao meio, às condições que mudam o tempo todo. Nossa sociedade moderna e tecnológica acaba de passar por um baque bem forte com a pandemia; onde as relações e os meios de produção foram afetados. Mas teimamos em continuar no “normal” e nem mais damos tanto valor ao “novo normal”. Exemplo disso é a rejeição de muitos pelo “home office” e o ensino à distância; tão acostumados com os modos antigos que não conseguem se adaptar ao novo. Isso decorre da falta de preparo de gestores, funcionários e estudantes.

A mutabilidade ocorre também em relações amorosas; casamentos vão e vem, mesmo contra nossa vontade. Isso também é sentido em várias outras esferas: empresas fecham, pessoas são demitidas, chegam novos concorrentes, entes queridos morrem...

Como diz a música:


Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais

Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu “tô” por fora
Ou então que eu “tô” inventando

Mas é você que ama o passado
E que não vê
É você que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem


Isso espelha a resistência tola e vã do ser humano frente à mutabilidade, fluidez e fragilidade da vida; nos apegamos a situações e a pessoas como se fossem estátuas de granito, imutáveis. Nós mesmo mudamos. Embora saibamos disso e repetimos que: "o mesmo homem não toma banho duas vezes no mesmo rio”, teimamos em não aplicar tal valor em nossas vidas. E sofremos com isso; sofremos por não conseguirmos nos adaptar.

Meu pai faleceu quando eu tinha meses e não o conheci. Mas dizem que ele dizia uma frase que acho muito inteligente: não seja como o carvalho, que é rígido e quebra com a tempestade; seja como o bambu, que é flexível e dobra com o vento; resistindo assim à tempestade.

Aprendamos a viver de modo mais fluído, sejamos mais adaptáveis. Aprendamos a gostar do novo e nos encantar com as novidades. Não sejamos engessados no passado. O melhor momento da vida é sempre o AGORA!



Boa Sorte e Sucesso!

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