quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Sítio do Picapau Amarelo: 22 (RGE)

 Sítio do Picapau Amarelo: 22 (RGE)


Esta postagem traz uma forte memória afetiva.

Quando criança, eu passava por muitas crises de asma e vivia sendo hospitalizado. Nos anos 70 (nasci em 1973) nossa situação era bem diferente e por vezes eu ficava hospitalizado sozinho por dois ou três dias. Minhas lembranças mais antigas são de ficar só até tarde da noite, vendo as sombras das árvores dançarem pela janela, acompanhando sua mudança de posição causada pelo movimento da lua. Eram noite bem difíceis, noites sem sono, repletas dos medos juvenis do escuro e da solidão. Por motivos diversos minha mãe não podia ficar comigo e me acostumei (com o tempo) a ficar sozinho e não depender da companhia de outras pessoas. Mas naquela época, isso era muito ruim.

Quando minha mãe podia ficar comigo, ela lia ou contava estórias. Eram momentos mágicos, onde a imaginação voava longe e eu não me via preso a um quarto de hospital nem me preocupava com a noite opressora que não tardaria a chegar e que parecia nunca acabar.

Uma das revistas que ela lia era justamente essa, do Sítio do Picapau Amarelo, onde um ser de outro planeta comia lixo. Ontem a encontrei em um grande blog e matei a saudade.

Em nossas vidas, somos impactados de mil maneiras. Por vezes somos os culpados das situações (são decorrentes de nossas ações e omissões) e por vezes as situações ocorrem e fogem de nossa vontade ou mesmo de nosso controle. O fato que as situações não nos definem: somos quem podemos ser, somos quem queremos ser, como diz a letra da música.

Um abraço a todos. Chega de lembranças por hora.

AQUI

Boa Leitura.

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